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A culpa de um funcionário ruim pode ser sua

Trabalhando com consultoria de marketing, comercial e educação corporativa, ao conversar com empresários o relato sobre as dificuldades na relação com funcionários é frequente.

Normalmente, dizem que explicam diversas vezes e o funcionário não entende. Que o funcionário não quer aprender. Que pergunta muito e várias vezes. Que não possui comprometimento e por aí vai.

Depois de ouvir atentamente as queixas eu costumo pergunta-los o seguinte:

  • Onde está a definição do cargo e função? Se existe, o funcionário leu? Entendeu? Como você sabe que ele compreendeu?
  • Foi feito treinamento com o funcionário? Como foi?
  • Foi realizada a avaliação do conhecimento dele sobre as atividades que precisa desempenhar na empresa e seu papel/responsabilidade no processo? Qual o modelo adotado?

Principalmente em pequenas empresas, ouço que já na entrevista é explicado o que o funcionário precisa fazer e em seguida ele começa as atividades aprendendo no dia a dia, pela observação.

Mas...

Quem é o funcionário que repassa o conhecimento ao novo colaborador? Ele domina e possui habilidades para repassar o conhecimento da forma correta para estimular o novo companheiro de trabalho? As informações repassadas estão completas?

Bem, é exatamente neste modelo baseado no "senta aí e aprende" que mora o perigo e resulta na insatisfação constante de vários gestores com seus funcionários. Vale dizer, que insatisfeito também, fica o próprio funcionário, que é cobrado por demandas que não compreende e muitas vezes nem sabe que são da sua responsabilidade executar.

É bem mais cômodo culpar alguém que investigar ou investir em uma nova estrutura para mudar a realidade. Não estou dizendo que não ajam funcionários ruins, mas para comprovar isso, é necessário que a empresa faça a parte dela.

Perder dinheiro e tempo investindo em funcionários que nunca terão o perfil que você deseja ou então, nunca irão fazer o que você quer, porque simplesmente não entendem o que estão fazendo ali, não me parece ser a alternativa mais inteligente.

Pensar que faz o certo, não é fazer o certo.

Ouvia da minha avó e depois da minha mãe, que se você briga com 1 pessoa a culpa pode ser desta pessoa, mas se todos brigam com você, não tenha dúvidas, a culpa é sua.

A mesma lógica se aplica aqui. Se todo funcionário é ruim. Melhor analisar se o problema é deles, ou seu. Então, que tal repensar o modelo de escolher e treinar a sua equipe?

Primeiro, certifique-se que a pessoa que você está contratando possui o perfil para o cargo. Para saber isso, é necessário investir numa descrição de cargo e funções para fazer as perguntas certas e selecionar o perfil capaz de responder ao que você precisa. Além disso, recomendo também, testes de perfil com detalhamento comportamental e psicológico. Deixe-me dar um exemplo:

Trabalhei numa empresa e logo na primeira entrevista ofereci a eles o resultado de um teste de perfil comportamental (RH Profiler, no qual sou analista) para que pudessem me conhecer melhor, mas recusaram. Passei por 5 etapas de entrevistas, todos me faziam as mesmas perguntas e então, fui contratada.

Logo no primeiro dia, percebi que a disposição da sala me incomodava. Teto baixo, sem janelas e baias de trabalho onde era possível ouvir e ver tudo o que ocorria. Frequentemente, um colega ou gestor se envolvia com o que eu estava fazendo e nem preciso dizer, que se tivessem aceitado verificar meu mapa comportamental, veriam que o ambiente era de extrema importância para mim e poderiam direcionar as questões da entrevista para detalhar melhor este aspecto e com as respostas, não me contratariam.

Não houve treinamento, o gestor repassava os conhecimentos à medida que a demanda existia. Demorei 6 meses para entender o que eu estava fazendo ali e qual a melhor forma de entregar o resultado que empresa esperava. Tempo demais para empresas que precisam de resultado rápido.

Passou-se 10 meses e resolveram me transferir de estado, mas a recusa foi minha, pois os valores da companhia não conversavam com os meus objetivos. Resultado: tempo e dinheiro desperdiçados com uma contratação que não reteriam.

Contrate as pessoas certas. Perder tempo e dinheiro não é uma opção.

Não explique, treine. Treinar é diferente de explicar. Treinar é dar informações completas e necessárias para a execução da função. Todo detalhe é importante. Um novo funcionário precisa saber dos processos, do fluxo de trabalho, qual a importância do seu trabalho para os demais setores e qual o impacto da sua produtividade no resultado/objetivo da empresa.

Um novo funcionário não precisa se sentir parte da empresa. Precisa ser parte dela, e como tal, é necessário que ele perceba a sua importância e a importância do seu trabalho e seja valorizado de forma correspondente.

Um treinamento leva em consideração as habilidades e competências pregressas deste funcionário e permite que ele fique à vontade para expor suas ideias e questionamentos.

Um treinamento avalia se o colaborador compreendeu e o acompanha na execução do que precisa ser feito para então, ser capaz de dar o suporte necessário para extrair dele todo o seu potencial.

Por fim, treinar sempre. Nenhum profissional é completo ou está completo. Sempre há algo para desenvolver. Por isso, é importante que você gestor, não reduza a análise do desempenho da sua equipe ao objetivo fim. É necessário que você esteja atento às dificuldades que eles enfrentam no dia a dia e então, seja capaz de oferecer a eles os instrumentos corretos para neutralizar estes desafios.

Suponhamos que você verifique que o fluxo na sua loja é excelente, mas o cliente não permanece o tempo suficiente para que o seu vendedor demonstre os produtos, talvez seja a hora de investir num treinamento de excelência no atendimento.

Outra situação, você percebe que o cliente fica o tempo necessário, mas não fecha o negócio, talvez seja interessante treinar a equipe com técnicas de venda e negociação.

Enfim, se depois de ler este artigo você é capaz de perceber que precisa mudar, mude. Aceite que a culpa pode ser sua, garanto que depois disso, você será capaz de tomar as atitudes certas e ter o resultado que você espera. Boa sorte!

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Ciane Lopes - Marketing & Negócios

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