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Às vezes é preciso ir...

Todas às vezes em que adiava minhas férias sentia que algo no presente era sempre mais importante e urgente.

Pausar 7 dias, em 17 anos me fez diferente... pra começar, quem eu penso que sou? INSUBISTITUÍVEL? Quanta arrogância, hein mocinha?!! (haha) Então, senta que lá vem história...rs

Joelson Nunes, biólogo, vive há 20 anos na natureza. Ele abordou a mim e minha amiga, na quinta praia de Morro de São Paulo/Bahia. Estávamos anestesiadas. Primeiro, pela beleza do local e depois, pela pedalada forte de 14km.

Brincadeiras a parte, ele nos advertiu do risco de levarmos uma "cocada na cabeça" por estarmos debaixo de um dos frondosos coqueiros da praia, e logo depois, nos ofereceu pedaço de um côco que acabara de queimar na sua fogueira. Aceitamos claro! Delícia!!!

Percebendo nosso cansaço ofereceu outro côco fresco... e tão logo, começou a escalar um dos coqueiros. Descendo da árvore ele me disse assim: - Quando eu morava na cidade eu queria sempre ter mais...carro, casa, viagens... hoje eu não quero nada. Só aceito o que a natureza me dá e nada falta.

Cortou a fruta e nos deu de beber a melhor água de côco que bebi na vida - sem canudinho.

Eu poderia falar de simplicidade, coragem, desapego, humildade, generosidade, solidariedade... tudo isso que o Joelson nos presenteou, mas vou me limitar a dizer apenas que a gente pode ter tudo que precisa quando a gente se conecta com a gente! Com a nossa natureza!

E às vezes é preciso ir lá longe, lá onde a rotina e os desejos dos outros não nos encontrem pra nos resgatar. Pra perceber que tudo que a gente precisa já está dentro de nós e como na natureza, tem seu próprio tempo para amadurecer e nos permitir beber, sem canudinho, a beleza de ser quem a gente é.

Buscar-se é tornar-se uma pessoa melhor, um profissional melhor. Uma pessoa mais...feliz!

Férias são uma dessas pausas produtivas que fazem a gente voltar sabendo mais da gente, e só assim, a gente pode ser melhor em tudo que faz, em tudo que toca e em tudo que produz.

O mundo não pára se a gente parar. Mas pode ficar muito melhor!

Ciane Lopes - Marketing & Negócios

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